Trem-Bala

 

Aqueles que me abraçam me soltam,

Aqueles que me beijam me cospem,

Acorrentam passos, desejos e atos.

Sentenciam-me a sorte e calam.

 

As praças das ruas me catam,

Condenam aqueles que me castram.

O poder de pensar me liberta,

Falo e os meus ouvidos ecoam.

 

O trem a passar me leva a bala,

As estradas se despedem velozmente,

Escuto o apito da chegada, amanheceu.

Começarei tudo, a tempo, novamente.