Sombras do Silêncio

Eu vagueio pelas sombras insondáveis do meu ser,

Onde sentimentos são espíritos aprisionados a temer.

Sou um viajante no reino dos suspiros mudos,

Um explorador perdido em terras emocionais turvas.

Minha alma é um vazio, um vácuo imperscrutável,

Nada além de silêncio, nada além do insondável.

Palavras fogem como fantasmas inalcançáveis,

Emaranhadas em teias de sentimentos incontroláveis.

Nas curvas tortuosas da minha mente insensível,

Dançam as lembranças, inalcançáveis e incríveis.

Toco a superfície da vida, mas não sinto seu calor,

Sou um estrangeiro neste mundo, sem pátria, sem amor.

Como poderia eu descrever as cores do entardecer,

Se apenas enxergo tons de cinza no meu ser?

Os sorrisos, lágrimas e abraços que passam por mim,

São enigmas indecifráveis, sem significado ou fim.

Minha existência é uma busca solitária e vazia,

Emaranhada nas tramas de uma misteriosa apatia.

Não há esperança em meu peito insensível e frio,

Apenas a dura realidade de um coração vazio.

Não vislumbro a luz no fim deste túnel sombrio,

Pois sou prisioneiro de uma dor sem remédio.

Sou um espectro distante, um ser desconectado,

Sem as asas da emoção, sem o amor ao meu lado.

Então, deixo que minhas palavras se percam no ar,

Como sussurros sem som, sem vida a compartilhar.

Pois minha poesia, marcada pela ausência de sentimentos,

Revela a solidão profunda de um ser desprovido de tormentos.