Atimia

Em sombras frias e densas me encontro imerso,

Um coração em silêncio, um vazio imerso.

A melodia da vida me foge aos ouvidos,

E na atimia, em deserto me perco perdido.

Desfilam imagens, cores sem brilho,

Um mundo sem voz, um desvario tranquilo.

As palavras secaram, o sentido se esvaiu,

Num mar de ausência, minha alma sucumbiu.

Percorro caminhos sem rumo ou direção,

Tateando o abismo na escuridão.

A dor é minha companheira, eterna presença,

E o desalento é minha triste herança.

Não há estrelas, não há luar,

A esperança fugiu, sem voltar a pairar.

Apenas um vazio repleto de mágoa,

Onde a luz se apagou e a tristeza se alarga.

Meus olhos não sorriem, apenas contemplam,

Um mundo apático, deserto de emoções.

A atimia, cruel mestre, me subjuga,

E minha voz se cala, sem eco nas canções.

Não busco solução, nem um raio de alento,

Pois conheço bem meu fado, meu tormento.

Não há promessas de dias mais leves,

Apenas a penumbra que em mim se tece.

Em meu silêncio profundo, eu me abandono,

Aceitando a escuridão que me persegue como dono.

E assim, resignado, sigo meu triste enredo,

Na atimia eterna que molda meu segredo.

hewie
Enviado por hewie em 08/06/2023
Código do texto: T7808653
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