O Poeta e as Emoções

No limiar da emoção, um poeta se entrega,

Às paragens do sentir, em verso se refaz,

Por mares de dor ou júbilo, qual brisa que se alegra,

Transborda em palavras, torna-se divinal compaz.

Quando a tristeza o abraça, qual densa névoa sombria,

O poeta, com sua pena, a dor em letras traduz,

Deslinda os labirintos de uma alma em agonia,

E, assim, os corações alheios, suavemente conduz.

As palavras se erguem, num cântico de lamento,

A melancolia entranhada, sublime ao coração,

O poeta, qual feiticeiro, conjura sentimento,

E enlaça os fios do pranto numa eterna canção.

Mas quando a alegria o visita, esvoaça e encanta,

O poeta, então, se revela em deleite sem par,

As palavras brotam vivas, em festim de esperança,

E o mundo se colore de um prisma singular.

Os versos se desdobram em risos e fantasias,

A felicidade dança ao som do seu trovar,

Aplausos ressoam, ecoam as melodias,

Enlevando almas ávidas, em satisfação a flutuar.

Poeta, alma impregnada de paixão e tormento,

Tu, que em tua dor ou júbilo, moldas a inspiração,

A tristeza que assoma, finda em consolo alento,

A felicidade que exalas, espalha-se em profusão.

Oh, dádiva preciosa, é tua poesia fulgor,

Tua dor e tua alegria, se tornam ornamento,

Teu fado, ávido desejo de compartilhar amor,

Cada verso escrito é sopro de vida, um alento.

Pois, quando um poeta se sente triste ou feliz,

As almas se erguem, escutam, sentem e se abastecem,

A poesia, qual bálsamo, n'alma sempre frutiz,

Em todos os corações, seus ecos, enfim, florescem.

hewie
Enviado por hewie em 24/05/2023
Código do texto: T7796671
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