Ato inseguro

 

Bem nova, abriu as pernas

sem pensar no futuro

e recebeu o esperma

do seu ato inseguro.

 

Aflige a mãe a ideia:

que dirão as amigas?

A filhinha teteia

no centro das intrigas.

 

O que espera a criança

ao sair desse ventre

que o pai não afiança

e se fez logo ausente?

 

O pai deu o pinote,

a mamãe tão novinha.

Que será do pixote

que na vida engatinha?

 

 

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N. do A. – Na ilustração, Criança de Edmundo Simas (Bahia, 1941-2017).

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 16/05/2023
Reeditado em 16/05/2023
Código do texto: T7789420
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