Palavras mordidas
Palavras mordidas que não se calam
Que não se interagem
Que se desconectam
E se desconstroem.
Fazendo de si
Sua própria sobrevivência
E que não se entregam
A serpente que busca ferir
Sua regência.
Que fere sua voz
E tenta intimidar seu grito
Pela justiça e liberdade.
Palavras mordidas que não se calam
Que assopram os ouvidos da redenção
E que por não se aliarem ao senso comum
Fazem-se passar por observadoras do cotidiano
E daqueles que se infiltram na multidão.
Palavras que mordem o descaso
E ferem as vozes daqueles
Que se embriagam da opressão
Fazendo-se passar pela salvação.
Palavras mordidas
Munidas de tentativas e incompreensão
E que ao dar voz a sua própria rebeldia
Torna-se a fala que move
Suas referências
Para se chegar aonde sempre
Desejou estar.