Palavras mordidas

Palavras mordidas que não se calam

Que não se interagem

Que se desconectam

E se desconstroem.

Fazendo de si

Sua própria sobrevivência

E que não se entregam

A serpente que busca ferir

Sua regência.

Que fere sua voz

E tenta intimidar seu grito

Pela justiça e liberdade.

Palavras mordidas que não se calam

Que assopram os ouvidos da redenção

E que por não se aliarem ao senso comum

Fazem-se passar por observadoras do cotidiano

E daqueles que se infiltram na multidão.

Palavras que mordem o descaso

E ferem as vozes daqueles

Que se embriagam da opressão

Fazendo-se passar pela salvação.

Palavras mordidas

Munidas de tentativas e incompreensão

E que ao dar voz a sua própria rebeldia

Torna-se a fala que move

Suas referências

Para se chegar aonde sempre

Desejou estar.

Hugo Paz
Enviado por Hugo Paz em 10/05/2023
Reeditado em 22/05/2023
Código do texto: T7784637
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.