POEMA TRINCADO.

Haverá segredos nas rugas

deste coração que vira mar

quando o amor inunda a tarde

e forma marcas e aranhões?

Vórtices , turbilhão que gira,

canta fino as cordas do coração,

abre o bico o pássaro homem,

quando a desilusão lhe poda.

Na terra dura do amor,

o poema já nasce trincado,

torto, manco, murcho, afável,

com cara de risos, mas com dor.

O eco das flores ameaçam florir.

o amor quando vira poema é belo,

taça cheio de medos , incógnita.

tudo escurece quando o amor foge.

Nas rochas que se escondem no mar,

os corais se atracam, se aplacam,

são frias pedras neste resto de tarde,

onde o poeta se dissolve.

Chora o poeta ,dói os aranhões,

o corpo da amada vira lâmina,

sangra, como sangra a desilusão,

ele se desfaz, virá corpo sem espirito.

Metáforas resvalam em seus cacos,

os vazios vão se enchendo de dedos e mãos,

um vento sopra o telhado da tarde,

o poeta se sucumbe a está prisão.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 15/04/2023
Código do texto: T7764565
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