Pontes queimam

Perceba a irrelevância

Do adulto que se fez criança

Da criança que se fez adulta

Adúltera; adulterado

Vivendo os pedaços de um sonho quebrado

Apertando as próprias mãos.

Orgulho do aprendizado

Mãos coladas, ajoelhado

Olhando para o mesmo céu

Que jurava não haver nada.

Orgulho da caminhada

Novas vozes, velhas intenções

Dançando em meio as multidões

Que franzem a testa quando os vê.

Pontes queimam

Não haverão outras mãos para a construção.

As quatro que carregam ao todo possuem bolhas

Surradas pelo açoite do inesperado

Recolhidas em punho cerrado

Quando negam-lhe atenção.