Janela
Vejo carros e portas abertas
Supostos cavalheiros
E suas damas desejadas
Vejo bombons e flores,
Prevendo dor.
Ouço as palavras certas
Promessas de companheiro
Que raramente se atrasa
Em dar à vida cores,
Sem pudor.
Meus sentidos morrem aí
Nem olfato; muito menos tato
Da gaiola que não vou sair
Rimas de um coração gaiato.
Como criança presa em casa,
Vejo alegrias sem portas
Suspense e conto de fadas
Ousadia e loucos amores
E eu, espectador.