VERME

VERME

Vamos rir das graças

Vamos chorar das desgraças

Tudo tão limitado por momentos

Do êxtase ao desencanto

Em minutos segundos horas

Ora bolas

Essa é a existência

Da excrescência à excelência

Apenas um passo

Ainda mais agora no ciberespaço

Em que o tempo é destempero

Nuances de desespero

Busca incessante de tudo e nada

Loucura desmedida

A caminho da cilada

Que se apresenta a cada instante

Nada será como antes

A saudade está morta

Não há tempo para senti-la

O inexistente existe

É chiste

Dos que aqui sobrevivem

Na irrealidade que os cerca

Em que tudo é merca

Que se enterra na vala

No verme certo da retirada

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 17/12/2022
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