REVELAÇÃO

REVELAÇÃO

Que tal uma garoa

Não, não preciso de tempestade

Não preciso estar na proa

A popa me é mais confortável

Afinal todos somos mutáveis

Não quero luzes de ribalta

Nada me faz falta

A não ser uma água

Em que minha humanidade

Deságua

E seca cada vez mais

Parece nunca ser demais

A secura que me invade

Poeira da idade

Extrema revelação

Que logo partirei

E sobre o que não tenho ação

A não ser o conformismo

De que o abismo

Chega inexorável e inclemente

E no ausente

Não farei falta

Afinal a pauta

Muda a cada instante

E sou insignificante

Na finitude

Quem sabe mInha maior virtude

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/08/2022
Reeditado em 26/08/2022
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