Armário

Desculpe pelo incômodo

Logo não serei lembrança;

Talvez nuvem passageira

Que o céu azul engole.

Porão ou sótão; cômodo

Pouca visita ou relevância

Móveis cheios de poeira

Livro que ninguém colore.

Desculpe por ser horário

Que desagrada seu relógio

Rima que insiste em fugir

Do seu poema perfeito.

Um estranho itinerário

Atrasando seus privilégios

E de tanto demorar a partir,

Já inteiramente afeito.

É que na minha miséria

Vejo banquete em migalhas,

Fechando os olhos às falhas;

A situações provisórias.

Penso que nunca sinônimos

Jamais tive tal esperança

A quem teme dar bandeira,

Devo ser o último gole.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 09/08/2022
Reeditado em 17/08/2022
Código do texto: T7578418
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