Um outro vento...
O corpo
some
como um sopro
soma
é sempre igual a zero.
Um momento
um outro momento
o vento
e só sobra
lamento.
Onde está o corpo que aqui estava?
Onde está a respiração que aqui ofegava?
Onde estão os pés que aqui pisavam?
Onde estão as vozes que aqui falavam?
Só o assobio oco e vazio do vento
numa eternidade que invade o momento
Sobe agora essa areia desértica
esses ossos espalhados no fundo da terra
sem esperanças mas que ainda espera
nas lágrimas de carpideiras histéricas
um outro vento...