Um outro vento...

O corpo

some

como um sopro

soma

é sempre igual a zero.

Um momento

um outro momento

o vento

e só sobra

lamento.

Onde está o corpo que aqui estava?

Onde está a respiração que aqui ofegava?

Onde estão os pés que aqui pisavam?

Onde estão as vozes que aqui falavam?

Só o assobio oco e vazio do vento

numa eternidade que invade o momento

Sobe agora essa areia desértica

esses ossos espalhados no fundo da terra

sem esperanças mas que ainda espera

nas lágrimas de carpideiras histéricas

um outro vento...

Rodiney da Silva
Enviado por Rodiney da Silva em 20/05/2022
Código do texto: T7520059
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