Mãe!
Mãe
Arranca a capa sem medida, que te empunham a força
Retira as palavras que te empurraram goela abaixo
Arranca os lacres que te rotulam as partes
Arrebenta o rótulo de ser precisa, na medida certa
Solta a poeira do doloroso deserto
Sacode ao vento as lágrimas que te sufocam
Brada ao mundo que tu não és santa
Sejas o que tu queres ser
Abraça-te fiel, sem invasão nenhuma
Basta! Grite na insinuação da estada
E todos te ouvirão..
Não te imprimas tamanha dor
Parece inesgotável o amor que sentes
Abranda o peito, acalma o ânimo
Permita-se apenas, ser humana e nada mais
Abraça as estrelas da tua intimidade
Sorve a seiva que te nutre a alma
Que os teus pés sigam seu caminho
E que ninguém, ninguém te exija ser perfeita
Que sejas tudo que você quiser!