QUADRO-NEGRO

QUADRO-NEGRO

Num quadro-negro distante

De efêmeras lembranças

Marcadas a giz

O apagador se fez presente

Apagando o que restava

De saudade de tempos de petiz

Sobraram alguns rabiscos

Sem interligação e misturados

Em vogais e consoantes dispersas

Qual um quebra-cabeças

De milhares de peças

Que não se encaixam

Num ocaso que por acaso

Se faz presente sem passado

E futuro incerto

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 18/04/2022
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