Abstêmio

Às vezes, olho no relógio

Às vezes, objeto ignorado

Culpa de suposto enfado

De coração há muito sóbrio.

E tanto que se quer ter

Sem perceber o que se tem,

Leva a estar com ninguém

Solidão infinita de um ser.

Que mãos seguram o tempo?

Quais as que o podem adiantar?

E não saber a direção do vento

É ter bem mais a se queixar.

E vão calendários inteiros

Pelo meu peito confuso

Aprender a evitar abusos

É mostrar-se fora dos cueiros.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 04/04/2022
Reeditado em 05/04/2022
Código do texto: T7487915
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.