Entreaberto
Nego a mim mesmo
O que nasce devagar
Fora do coração
E que para lá tende a ir
Dentro de um trem
De única direção.
Nego a mim mesmo
As delícias veladas
Dos meus dias
Para evitar a solidão;
Chama substituída
Por paredes frias.
Mas não posso aposentar
O que me motiva
Sol que traz vida
Para o meu rosto alegrar.
Nego a mim mesmo
O que tanto insiste
E pode machucar.
Para isso não corro,
Porém não controlo
Os braços do mar.