Deixaram luzes acesas por aí...

A madrugada colerizada

pelo álcool, torna embalsamado 

esse amor...

Na torneira gotejam águas claras...

Vejo seu nome escrito 

nas portas de banheiros públicos,

nas costas dos assentos coletivos, 

que não me levam a lugar nenhum.

Pela alvorada, a espuma 

deixa-me os pés molhados,

o corpo abarrotado de areia,

meu tênis por embriaguez, roubado.

Busco incessantemente a carteira,

preciso ver seu retrato.

 

Itaipu, 02/02/22