Ultrarromântico

Estou aqui, rasgando meu peito, sangrando,

Para que possas ver meu coração pulsar, bater,

E note o quando está descompassado,

Por que ele não tem um bem querer...

Em meio à tantas hemoglobinas e plaquetas,

Tento acalmá-lo, pois estás a chorar,

Assim, como as clássicas estatuetas,

Ele te admira, e por um instante, pensa em parar.

Agora, remendo-me;

Atento-me a cada ponto, a cada ligação;

E agora paro e penso: poderia ter sido menos ultrarromântico, não?

Ter sangrado, ter me aberto menos...parece ter sido tudo tão rápido, difícil...

Como pude me render, me entregar tao ligeiro

Quantas vezes prometi a mim mesmo me fechar, reservar!

E agora, com tantas idas e vindas, cá estou,

A versar... a chorar.

Enfim, o poeta é um fingidor, talvez sim, certeza que não …

Túlio Roberto
Enviado por Túlio Roberto em 06/01/2022
Reeditado em 17/04/2024
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