Nem tudo é silêncio na noite

Nem tudo é silêncio na noite, há serenidade, mas nunca paralisia

Carpas douradas nadam no lago, infinitas são as águas da cachoeira

Corujas piam e espiam tudo com seus grandes olhos como se fosse dia

Plantas crescem e as ondas do mar explodem na beira beijando a areia

Nada sobre a Terra fica em suspenso só porque as luzes estão apagadas

Há latência de ideias vivendo nos sonhos e versos que o poeta reverbera

Seu poema é grito, é ânsia, uma confidência à Lua na madrugada

Linguagem peculiar como o ciciar da cigarra anunciando a primavera

É verdade que a noite tem cores, vozes e semblante delicado a ser tocado

Por mãos amorosas capazes de transformar lava em diamantes

Guarda mistérios e os vagalumes evitam que trilhemos o caminho errado

O coração do mundo pulsa na noite que não é muda, somente vigilante.