VULTOS E PASSOS

VULTOS E PASSOS

Há uma escuridão interna

Poreja sangue e não suor

Na porta do paraíso

Encontra-se a entrada do inferno

Escrever poesia em pandemia

Imaginando mortes

É mundo sem sortes

Será que há prazo de validade

Na mentira que é verdade

Combinar coisas a noite

E desfazer tudo a luz do dia

Há vultos e passos em corredores

Espalhando exercícios de ilusão

Relógios andam angustiados

Com tempos que parecem não correr

Leitura equivocadas às pamparras

Quem segura as barras?

Nada mais será como dante(s)

Escapar pela tangente

Neste dente por dente

Olho por olho cego

Janelando passantes

Com só caminho de ida

Ou caminhando só sem volta

Náufrago em terra seca

Afundando em areia movediça

Enquanto tudo arde

Verdadeiro crematório de vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 30/09/2021
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