Nós

Cada um de nós recebemos

Uma ponta da corda,

A nossa imaturidade não nos permitiu nos atar,

Não sabíamos amarrar sapatos,

Nem outro utensílio que precisasse de nó.

Permanecemos de braços abertos,

Abraçavamo-nos,

Soltávamo-nos,

Não estávamos fixos, amarrados,

Éramos apenas nós segurando a ponta de uma corda.

Primavera-verão,

Inverno-outono,

Percorremos as quatro estações

Caminhamos de Norte a Sul,

Estávamos presos por vontade,

Sem nós.

Era noite quando nos soltamos da corda,

Tu, percorreste mil quilômetros,

Eu vaguei por dentro de mim,

E decidimos segurar a corda mais uma vez.

Enquanto pousavas em meus pensamentos,

Eu voava nos teus,

Havíamos esquecido de como fazíamos para manter nossas

Mãos presas à corda.

Naquela noite,

Dormimos com medo que a corda soltasse

E tudo saísse do nosso controle.

Amenhecemos entrelaçados,

Não sabemos quantos nós foram dados,

Estamos preso por vontade,

Pois conhecemos o sabor da liberdade.

Tudo agora se resume a nós.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 30/09/2021
Reeditado em 30/09/2021
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