Nós
Cada um de nós recebemos
Uma ponta da corda,
A nossa imaturidade não nos permitiu nos atar,
Não sabíamos amarrar sapatos,
Nem outro utensílio que precisasse de nó.
Permanecemos de braços abertos,
Abraçavamo-nos,
Soltávamo-nos,
Não estávamos fixos, amarrados,
Éramos apenas nós segurando a ponta de uma corda.
Primavera-verão,
Inverno-outono,
Percorremos as quatro estações
Caminhamos de Norte a Sul,
Estávamos presos por vontade,
Sem nós.
Era noite quando nos soltamos da corda,
Tu, percorreste mil quilômetros,
Eu vaguei por dentro de mim,
E decidimos segurar a corda mais uma vez.
Enquanto pousavas em meus pensamentos,
Eu voava nos teus,
Havíamos esquecido de como fazíamos para manter nossas
Mãos presas à corda.
Naquela noite,
Dormimos com medo que a corda soltasse
E tudo saísse do nosso controle.
Amenhecemos entrelaçados,
Não sabemos quantos nós foram dados,
Estamos preso por vontade,
Pois conhecemos o sabor da liberdade.
Tudo agora se resume a nós.