Borboleta azul

A borboleta azul que em minha mão pousou

Amo-a, e porque a amo

Acolho, e amo, também, sua liberdade.

Se a não amasse, mas antes pretendesse torná-la minha

Em egoísta subjugação e apego,

Prenderia tuas asas aos meus braços, e cegaria sua brilhante luz que veleja os céus.

Como amo-a, reconheço que sua liberdade, sua feliz liberdade,

Faz-se no suave respeito ao seu natural desejo de voar.

Quando, portanto, o azul de tuas asas levanta de minha mão e tinge o azul 'inda mais profundo do céu

Respeitosamente alegro-me com sua partida, seu corajoso desbravar do novo.

Não lamento. Não choro aos deuses ou clamo sua prisão a mim.

Reconheço, e em meu coração acolho, meu breve sentimento de luto pelo que foi. Compreendo com clareza a natureza disto que sinto, e sua fugacidade.

Não disparo em impetuoso anseio de buscar aonde irá pousar a borboleta azul.

Antes: olho ao meu lado

E contemplo a linda flor violeta que adormece ali.

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 17/05/2021
Reeditado em 17/05/2021
Código do texto: T7257471
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.