Epílogo para Valladares

As reflexões que se seguiram vão juntando as partes de um cotidiano temperante, muitas vezes iniciado antes que o dia amanhecesse, muitas vezes antes que a noite terminasse. São crônicas de uma vivência em que pese o cuidar de si, de alguém que quer ser cuidada e que, no fundo, sabe que o sorriso fácil, a alegria externada, a felicidade sincera, que essas coisas atraem a inveja de quem não tem luz própria no olhar. Ditado o ritmo desse batido, encontramos o momento de ser sexy, de ser vulgar, de ser “maneiro” e de ser aquele cidadão “quadrado” para os moldes dessa geração, mas, que é preciso agir assim de vez em quando. Após a leitura desses fragmentos diários, entendemos que não podemos aceitar migalhas. Mas afinal, como entender que a vida a dois precisa ser leve e completassem alguém para nos lembrar de que é bom viver em par? Sem permitir que a vida a dois seja pesada e enfadonha? Então a questão é reciprocidade, se na sua história não houver reciprocidade, está na hora de merecer um fim, para se viver levemente. Engana-se quem pensa que ser sempre calmo e não estressar com problemas é bom. Talvez a gente pense que essas historietas sejam meros kitsch de uma mulher que, na idade da loba, resolveu dar receitas para ter uma doce vida ou para demonstrar que ELA está em paz com suas relações, mas não é exatamente isso. Somos motivados pelo que entra pelas janelas da alma: nossos olhos. Somos motivados pelo que lemos em nossas redes sociais, e ser motivado por uma narrativa bem cedo nos convida, indiscutivelmente, a decidir por um dia bom. Foram essas crônicas que trouxeram viés positivo de viver em paz, em meio ao caos urbano, para uma legião ao redor do mundo que leem ávidos à time line dessa loba que vive numa relação a doze. Lembram-se do prefácio? Porções de ousadia. Ousar pensar e expor seus pensamentos publicamente, sem direito a retratação. Saber que a mulher foi educada para pensar dentro da caixa e atrever-se romper com as barreiras impostas por uma sociedade paternalista é um desafio ousado para quebrar o elo com pensamentos amoldados a qualquer paradigma imposto por qualquer grupinho que seja. Uma loba livre, que pensa por si. Talvez a parte mais difícil seja reconhecer-se em linhas retas com uma ou outra descrição infiel de uma realidade crua, porém sensata, e aceitar que a dor que causamos deixa cicatrizes mais profundas do que a dor que sentimos. Agora pode perguntar: “Qual é o pente que me penteia?” porque a resposta virá de uma consciência inteligente e ao mesmo tempo de uma inteligência consciente do lugar que ocupo na história. Fazer história e fazer parte da história, estar presente na construção da cultura literária fora das redes sociais, fora das telas de smartphones, computadores, ou qualquer outra “coisa” que nos deixe alienados do que acontece nas ruas. Reconhecer-se em tudo o que foi lido, sem necessariamente concordar com tudo, abrindo um leque para as reflexões. Então é isso, falamos de amor, de amizades, de relações interpessoais e sexuais, de temas do comportamento social... De feminismo, de cavalheirismo, de amor próprio, de amor ao próximo, aos animais (humanos e não humanos), de festas, de ser alegre... Isso é o que importa. Leia novamente e seja pleno, meu nobre leitor, esse é o objetivo da vida, pois quem está em paz em suas relações, é completo e é isso o que queremos: que você seja feliz... FIM!

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 28/04/2021
Código do texto: T7243374
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