EXCERTO SOBRE A QUARESMA DE UM ROMÂNTICO NO SÉCULO XXI
Não importam as patadas.
O sentimento é verdadeiro
e faz da dor um oásis
fiel a um coração condenado.
Sou réu e juiz
do pudor me sustenta
diante de tanta roupa
e tantos rasgos.
E há choro.
Não vejo,
não sinto,
mas há.
Psiquicamente o tempo entre nossas distâncias
não é nada,
mas o corpo não conhece a ciência das almas
e sofre
de santa ignorância...
Fios de fogo sob o meu olfato
me dizem que existe algo aí dentro.
Algo inexplicável, irresistível!
Um nó que implora um desato
urgente e carinhoso.
Só assim haverá paz.
Do contrário, morreremos
e do outro lado
(acredite)
almas não se negam.