Vida na Roça
Nos meus tempos de guri era tão lindo de ver, um dia amanhecer com o canto da passarada
O cheiro do café passado que vinha lá da cozinha, naquele tempo não tinha, essas coisas misturadas.
O fruto era colhido direto no cafezal,descascado a mangual e depois era torrado.
Dali ia pro pilão, bem socado com a mão,pra ficar bem macerado.
Uma tarefa corriqueira que eu fazia por brincadeira, só pra sentir o aroma.
Não existe bem maior do que poder produzir, o café que a gente toma.
Nossos dias na fazenda pareciam uma encomenda, que Deus nos presenteava
No terreiro as galinhas, no campo tinha as vaguinhas , ovos e leite não faltava.
Do moinho vinha a farinha ,que a minha mãe fazia as quitandas pro café
Tinha cuscuz e pamonha, ô que saudade medonha,só quem viveu sabe como é.
No almoço a galinhada, com polenta preparada pelas mãos da vovozinha
Cozinheira abençoada pois era muito prendada, do arroz a dobradinha.
Só quem viveu lá na roça, quem sabe até que possa ,entender o que estou falando
Na vida aqui da cidade não existe dificuldade é so a gente ir comprando
Porém por Deus eu lhes juro, não há nada no mundo mais puro,do que o que estou lhes contando.