O INVISÍVEL

De repente estamos aqui

Observando ao redor

Enxergando o invisível

Com medo já na palma da mão

Com mascaras em exposição

De repente mais que de repente

O medo floriu

O universo sucumbiu

O esconderijo tornou-se nosso guia

De repente estamos cercados por armas

Armas que não atiram

Mas que aprisionam desde o olhar

O contato, o convívio social distanciou-se

Muitos gestos de amor surgiram

A solidariedade revigorou o que estava sem força

A tristeza pelos que se foram nos serviu de alerta

O ser humano reconheceu seu real valor

Caminhávamos pelo lado oposto

Priorizávamos o que nem era tão essencial

Vivíamos nossas trevas individuais

Sem nem nos darmos conta do quanto a esperança trazia de vida

Vivemos um novo normal

Estamos mais atentos, policiamos nossas ações

Toque de mão quase nem existe

Aproximação a uma certa distancia

Luz e medo se complementam nas caminhadas do viver

Muitas lições assimilamos

Algumas bofetadas levamos

Surgem novos caminhos, novas sementes

Novos frutos jorram em cada amanhecer

Que encaremos com prudência e coragem

O invisível que está no ar

Para não chegar em nós!

Que o antídoto se faça logo presente

Que todo o sacrifício cesse

E que o novo normal fique logo normal!