Poesia no método

Para a desobediência do método

Foi a proposta apresentada

Mas a minha mente cooptada e cartesiana

Só me permitiu enxergar com o olhar fragmentado

E tudo que vi foi só a beleza

Beleza nos cabelos cacheados

Na eloquência de uns e outras

Na ansiedade falada de algumas

Na calma acalentadora de outros

Na mágica da pluralidade de pensamentos e de modos de vida

Nas cores que nos fazem viajar

Em busca dos sabores

Sem se importar se são necessários saberes

Para sentir tal sabores

Nos sons que escapam dos lábios e viram imagens

Mesmo do outro lado do quadrado

Vibram e estremecem o imaginário

E eu, preso no meu cérebro colonizado

Não enxerguei outra coisa

Que não fosse a beleza.