me despeço em pedaços
tenho medo do escuro
pois passo as noites em claro
escrevo uns versos
sem sentido
e depois rasgo
não tenho tempo pra dormir
presto muita atenção
na minha pós-realidade
onde te vejo refletido no
breu
do meu teto
flutuando entre pontos brancos de luz
atormentando a sanidade que
me resta
e indo embora
sem me esperar acordar
levando minha identidade
assassinando os resquícios
de minha criatividade
voltando o meu rosto
só pra você
que cegou meu corpo todo
já não vejo
e nem sinto nada
não me orgulho
de nenhuma dessas palavras
o que fazer?
nada
escrevo e ponto.