a chuva que lança a areia do Saara

o amor da minha vida

não é homem nem mulher

é um acontecimento

é e está

e sempre esteve

e sempre estará

vivo, vivíssimo no meu coração

na minha alma

que mesmo com o frio quase glacial de Brasília

é aquecida pelo som

pela dicção baiana linda

pelo sorriso enérgico

pela inteligência madura

pela poesia antropofágica

pela tropicália

pela voz que te cega, careta,

quem é você?

que nunca sentiu nas veias

a beleza pura da música

que faz a gente esquecer

que a cabeça dói

e que o frio faz estremecer

existirmos: a que será que se destina?

tudo é perigoso e divino e maravilhoso

obrigada por tanto

obrigada pela Bahia com H

pelo Brasil que não seria

brasileiro sem você

que o Deus que não acredito permita

que os ateus e agnósticos como nós

vivamos somente para

estarmos no mesmo

estar que você