Solidão Citadina
A bebida já me é arenosa.
A palha que sente remorso desfila nua serpenteando entre as fagulhas das fogueiras nos nossos sabás.
Me causa asco os cascos dos filhos de Pã que dançam em volta da mesa de madeira de lei.
Sorrisos e silvos silentes rasgam a noite de lua cheia.
Oh velha bruxa beba meu sangue!
Cuspa meu enxofre e sacie minha língua sedenta de verminoses hostis ao seu paladar grotesco.
Sinta meu prazer em ser devorado após seu grito de horror.
Urre em labaredas azuis-amarelas, gire em cantigas antigas onde o vinho entorpece a mais tênue alma virginal tornando-a sacra sobre a pedra do nosso holocausto onde jaz meu corpo fétido em sal poeira e calor
E assim me deixe ver o sol cruento nascer por detrás das colinas em uma solidão citadina.