não posso ser outro alguém

Sentindo como um passageiro no meu corpo,

Que é recipiente de todos os meus sentimentos,

Pensamentos e histórias que me pertencem,

Cheio dessa insegurança que tenho sobre ele,;

Desconforto descendo dos cabelos aos pés,

Escrito nas curvas, manchas e sinais do corpo,

Preenchido nesses ossos e carnes ao olhar,

Não me sinto bem, preciso por fim a essa guerra;

Toda essa depreciação são como feitiços,

Me amaldiçoando numa angustiante dor,

Tento não ouvir minha voz e pensamentos,

Sendo tão malvado contra meu corpo,

Mas ler e ouvir essas piadas de gente idiota,

Reacendendo a ferradura a me marcar;

Você só diz enquanto pessoas pequenas te ouvem,

Você é tão assustado quando eu na verdade,

Está apenas se emponderando das palavras alheias,

Vivendo pelos aplausos, nem mesmo acredita em si,

Pessoas fracas precisam se fazer fortes para assustar;

Muitas vezes rezei para me librar disso,

Alguém que quebre meus ossos,

Na dor fazer dissipar esse fardo desconcertante,

Suas palavras tem quase o mesmo peso,

Mas vi que elas não me libertam,

Elas me condenam e não nasci para

ter correntes nos braços e pernas;

Eu não posso ser outro alguém, as vezes dói,

Mas posso fazer as pazes com meu corpo,

Enquanto suas desculpas são esfarrapadas,

As minhas desculpas com meu corpo são feito cetim,

Podem não aguentar sempre mas são macias;

Essa não vai para quem nos ofende,

Mas para todos que são atingidos,

Olha como ficamos magoados e pra baixo,

No fundo sabemos que você está pior que nós,

Precisa estar muito mal para ter esse humor;

(Data: 26 de Fevereiro de 2020)

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