QUARENTENA

De ser estorvo que no entanto

É também corvo ou gralha errante,

O instante adoece de ser outro

No azul de exagerar profundidades.

Portas, todo ele, grades astigmáticas,

Espera que no entanto

Medita sobre escolhas

Dum sempre vir a ser em nervos lassos.

Calçadas mais desertas que o futuro

Utópico dos parvos, resignadas,

Sentindo o peso imenso

Dessa ausência de passos

E que no entanto duram

Interpretando o cinza --

Distâncias e o fascínio de vencê-las

De algum modo imprevisto, horrível, prático.

***

Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 22/03/2020
Código do texto: T6894282
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