Não me Olhas...


Não me Olhas, e eu sei porque:
Sabes que eu vejo nos riscos das tuas íris
Aquilo que não queres ver,
E que eu ouço , nas entrelinhas da tua voz,
O que não te atreves a dizer,
Eu toco, sob as fímbrias da tua pele fria,
O que não admites sentir
Ou ser!

Por isso, não me olhas,
Ignoras e ao mesmo tempo,
Pisoteias, pesadamente,
Sentimentos presos às teias da tua mente,
Fraquezas, que nem mesmo a tua força,
Sabe que sentes,
E negas, negas, negas,
Tuas passadas semi-cegas...

Mas no fundo, tu só finges
Que me ignoras!
Pois eu sei, caminhas entre as esfinges
Que guardam teus mais obscuros pensamentos
Sob enigmas indecifráveis
(Embora tão frágeis)!



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 16/02/2020
Reeditado em 05/03/2020
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