Decifrar-te

Teu corpo é meu texto

Minhas mãos deslizam sobre ele

Para que eu possa te entender

Eu te leio em braille

E é cada vez mais intenso te tatear.

Quando as luzes se acendem, ouço tua voz

Percebi que não estás tão perto,

Tateio o colchão,

A esperança é te achar

Para tornar a ti, ter,

Ler teu corpo.

Teus olhos me fitam, devoram-me

Sem que minhas mãos se movam, estou nu,

Leio o teu corpo com mais voracidade,

A ânsia é reconhecer quem és por trás dos desejos.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 28/01/2020
Reeditado em 28/01/2020
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