Pode até pagar a conta.

Rio, 22.11.2019

Pode até pagar a conta.

Hoje eu estou por sua conta,

Pode até pagar a conta,

Vai me conta, há quantas

Anda tua vida?

Você nem imagina

Quão sinuosa tem

sido minha trilha.

Mas a real é que também

Não seria diferente (pode crer),

Se eu não tivesse pego

Aquele atalho, que me levou

Pra tão longe de você.

Eu vi que você ainda joga

Uma bola, é que apesar

Do tempo não descola de nós

Essa vibe bala na agulha.

Mas segura o teu gatilho,

E vamos tomar uma.

Nem vem de pilha que se

Eu eu entrar na arena, você sabe,

É pra pegar o touro à unha.

Fogo e gasolina, meu bem,

Nos convém evitar

Que se acenda a fagulha.

Mas na boa, eu tinha esquecido

Como é gostoso ouvir o teu sorriso.

E também é uma delícia ver alguém

Sorrindo assim, tão espontamente,

Em fase da minha presença.

No início tudo são flores,

Depois é tchau e bença.

Que bom que você não

Está na correria.

Pensa que ultimante,

As pessoas nem se despedem

Mais umas das outras direito.

Você tá ligada que isso

Naufraga a embarcação

Do amor no mar do meu peito.

Eu tenho escrito música,

Poesia, me aventurado.

A real é que eu não cheguei

Em lugar nenhum,

mas não fico mais parado.

A vida é rítmica, e os meus

Olhos ainda tem aquele brilho.

Não faça essa cara,

Eu sei que é trem bala,

Mas eu estou no trilho.

Você é mesmo um oásis

Em meio aos 40 graus dessa

Dessa cidade envaidecida.

Hoje eu estou por sua conta,

Pode até pagar a conta,

Vai me conta, há quantas

Anda tua vida?

Clayton Márcio.