Todo quereres

Se andas comigo

porque o queres

O faça de todo:

Inteiro, descalço

Enquanto de quereres

Te inundas.

Se me amas, amor, hoje

no Eterno Agora dos

teus braços nos meus

Ama-me sem receio do

porvir.

É certo: passa.

Beija-me, amor

com o peito em silêncio

nobre e

a voz em mansidão

esplêndida.

Não temas os gritos de

agonia que rompem a escuridão

do exílio,

os sórdidos braços inquietos que

rasgam a ilusão

d'oceano aflito,

o pulmão inerte, perdido, que

haure o sopro

ferido.

Não temas, amor

teu gozo escondido.

Meu lábio profere,

no espaço cindido,

quando te entregas, inteiro e descalço

a meu corpo Etéreo-teu

A lembrança

d'olvido:

Desperto

Eu.

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 05/12/2019
Reeditado em 05/12/2019
Código do texto: T6811234
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