Insônia nº 1001-3

Na reentrância vazia da madrugada

Toda palavra é exercício inútil

Todos os olhos se fazem cegos

Nada se revela igual

A essa porção de tempo

Sem dimensão determinada

Em meio a cortinas de fios escuros

Que desafiam a pálida luz do corredor

Onde me debato, às apalpadelas,

Diante de outras formas de ver a vida

Entrevistas através da opacidade de si mesmas

Reflexões ainda mais lentas que o relógio

Consciência subitamente desperta

A perseguir-me cortante e sem regras

Até que as ruas despertem de seus pesadelos. . .

- por JL Semeador de Poesias, madrugada dessas -