Fotografia: Um instante de vida, capturando a eternidade.

Vi ao todo, tudo. Prestei atenção nos minúsculos detalhes para não me manter na mediocridade. Respirei, olhei para todos os lados, me fixei no momento, uma certeza, com um click, capturei um instante congelado no tempo, uma emoção, uma sensação de movimento. Conseguindo um objetivo, um propósito, aplicando meu olho fotográfico, compus uma composição, uma regra de proporções perfeitas.

A foto finalmente é revelada. O revelador por meio de reações, conclui a transformação em prata metálica. Uma interrupção, para não chegar a escuridão, soluções interrompem o processo.

Uma fixação, a emulsão de coisas que não se misturam, uma dispersão de realidades que não se formam de forma espontânea. Como poderia haver uma união entre o sucesso e a derrota? Neste momento há uma separação. Para que a foto, perante o tempo, não se perca ou fique manchada, os haletos tornam-se solúveis a água, retirando assim os cristais de prata.

Mas o que é mais importante do que a qualidade? Nada! Andando junto a ela esta a durabilidade. Para permanecer a imagem, em águas correntes ocorre a lavagem e é retirado os elementos que podem difundir o horizonte a ser conquistado.

Mas, para que não haja manchas, máculas, é necessário uma secagem, não buscando meios fáceis, para não correr o risco de perder por completo a imagem.

Mas, uma vez revelada, uma foto jamais será apagada. Ela está protegida no recôndito escondido, na parte mais profunda do meu íntimo.

A foto finalmente está pronta, os objetivos e sonhos estão alinhados para um porvir grandioso. Sou jovem, mas sei que tenho capacidade. Não há nada que eu não possa fazer realidade. Mas é isso apenas isso um deja vu? Porém, nas paredes do futuro vejo retratos de sonhos que infelizmente não tiveram veracidade. As fotos das pessoas do passado, que diante de cada passo que por mim é dado, na escada do sucesso, sou puxado para baixo, enquanto me pergunto: para quem faço isso de verdade?

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