Parada do louco em Salvador
Dia da parada do louco dia 18 de Julho
Não sei o que vai na cabeça do louco
Estão soltos sem portas abertas do Juliano Moreira
Passou um às gargalhadas estrondosas
A lua estava cheia ao favor de todos
A caligrafia de um outro na calçada
Não decifrada, eram riscos ou rabiscos
Outro tentava medir a imensidão de céu
Do outro lada da barra muito juntos em passeata
Ai, vida de pobres humanos bem à mostra
A mim já basta às dores dos desvalidos
Me lançam o telefone, como se eu fosse psiquiatra
Escuto atenta uma voz embolada e alta de um homem
Pare e fique, respire, me diga o que queres
Foi um mergulho certeiro, quero o telefone de Direito
Então dialoguei com cautela, era mais um louco.
Varenka de Fátima Araújo