Não me roube

Não me roube o último sonho

que escoa da taça que contém

o vinho da inspiração poética,

enofilias que se esvaem em plumas

de palavras embriagadas de lucidez.

Não me roube o último pássaro

transformado em fênix vernácula

que me traz dialéticas eternas

sobre um mundo que ainda cochila

na penumbra da realidade ilusória.

Não me roube o último poema

escondido entre a pedra e o passo,

verso esquecido no caminho de flores

ignoradas pela multidão de sonâmbulos

enquanto poeta dialoga com as estrelas.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 17/06/2019
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