YO BAILO SOLA
No meu sonho
a fruta vinha `a boca
e não afrontava a mordida
Ela se entregava lisa
e louca a sorver a saliva
a se perder pelo céu
No meu sonho
a mão não se denunciava
o corpo, ávido, é que a acariciava
e então ela delirava
no deslizar dos pelos
e no minar do mel
Os mamilos se abriam
no orgasmo das flores
Sinfonias de gozo
ecoavam por todo o jardim
No meu sonho
a vida se irrompia
eclodindo e pulsando primaveras
do ventre da fêmea terra
em queimor e êxtase
por fim
Essas farsas fugazes
perdidas do mundo
são do amor
os segundos que tenho pra mim.
D.V.
10/07/03
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