YO BAILO SOLA

No meu sonho

a fruta vinha `a boca

e não afrontava a mordida

Ela se entregava lisa

e louca a sorver a saliva

a se perder pelo céu

No meu sonho

a mão não se denunciava

o corpo, ávido, é que a acariciava

e então ela delirava

no deslizar dos pelos

e no minar do mel

Os mamilos se abriam

no orgasmo das flores

Sinfonias de gozo

ecoavam por todo o jardim

No meu sonho

a vida se irrompia

eclodindo e pulsando primaveras

do ventre da fêmea terra

em queimor e êxtase

por fim

Essas farsas fugazes

perdidas do mundo

são do amor

os segundos que tenho pra mim.

D.V.

10/07/03

Copyright © 2005-2007 Dulce Valverde

All Rights Reserved