Versos do Ideal

Não quero o verso mofado

do livro esquecido na estante,

Não quero o verso amarelado

e guardado dentro do velho paletó,

Não quero o verso petrificado na

minha lápide tumular,

Não quero o verso que lisonjeia

o ego dos idiotas.

Quero o verso que suscita a crítica

e o diálogo,

Quero o verso que induz nos homens

a arte de sonhar,

Quero o verso que encanta o mundo

e faz brotar o canto,

Quero o verso que contém asas,

Devaneios súbitos e amores eternos.

Não quero o verso que acomoda o idealismo

nos homens que sonham,

Não quero o verso que sufoca a esperança

dos homens que ainda pensam,

Não quero o que rouba a paz dos pacificadores

diante de um mundo que vive em guerra,

Não quero o verso que faz apologia aos demagogos

e sufoca a voz dos pregoeiros da verdade.

Quero o verso que excita o verbo amar e

que tenta sempre traduzir a palavra saudade,

Quero verso de um poeta sóbrio de palavras

mas ainda louco perante homens sem loucura,

Quero o verso da noite fria, carregada de inspirações

noturnas que faz ecoar a canção dos notívagos,

Quero sim, os versos do ideal que verbera as injustiças

e que proclama a liberdade.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 11/06/2019
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