FAREWELL

Vai morrendo assim! Morrendo a cada dia

Assim! de um vazio assim!

A força, tácita e fria

Fria! silenciando tu e eu, olhos calados

Esvaindo dos meus os teus beijos gelados

E numa hora assim! Um assim! E assim não quisera

Tudo acaba, tal o bucólico fim da primavera

Sonhos, inspiração, rasgando o fundamento

Flores pelo chão, solidão, o som do vento

A alma apertada em um canto despencada...

E, aqui no peito... medos, quimera em retirada

Nós dois... e, entre nós dois, o austero adeus

Decompondo os desejos meus e os teus...

Eu, com o coração retalhado, - tão ocupado

De ti, e no desespero, de não mais ter-ti do lado

amarguradamente,

Me vejo com sentimento tão ardente

Estes que um dia foi nosso!

E eu afastando! E afastando... posso! não posso!

A noite, o dia, a doce poesia, num troço

E tão solitário, em um palpitar de despedida

Despeço de ti, e me ponho de partida!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2019, junho - São Paulo (Brás)

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/06/2019
Reeditado em 30/10/2019
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