Ainda! - soneto

Ainda não vejo e não distingo diante de meus olhos chorosos

o novo nascer do sol, chegando com seu disfarce de esperança.

Nesta aflição, somente o clarão da lua a refletir nestas remansas

e solitárias águas, acompanhando meus sonhos que estão a fluir.

As noites me enfeitiçam por ser o aguardo de um belo, novo dia.

Que logo após a madrugada intrépida e intempestiva extingue-se

Sem as querências das lamentações e tristezas sem deixar rastros

Que apagados ficaram arquivados nos avisos dos momentos vividos.

Aqui estou de novo neste começo de findo dia. A espera de novas

Emoções que me trará a liberdade dos momentos que ficaram presos

Nas antepassadas horas de risos e apreços, onde a alegria era sentida.

Em alguns momentos aloucados e febris que levavam os meus adágios

Embevecidos e sem destino e agrilhoados aos instantes de episódios

Que estão gravados com a marca da angústia e do tempo que se foi!