Eu bebo tudo o que escrevo
Entornando a taça da poesia
Que traz o vinho da delicadeza
Molhando as bordas do meu coração
Inebriando e me causando alegria.
Eu bebo as palavras do poeta
Muitas delas, cheias de sedução
Estou alimentado pelas regras da sinergia.
Eu bebo o cálice do licor poético
Que me embriaga de ternura
Conduzindo-me a viajar nos sonhos
Configurados de diplomacia.
Eu bebo o copo da cachaça
Verbalizada por frases adocicadas.
Eu bebo a água monossilábica
Banhando-me de termos para formar hiatos
Numa composição lírica e consensual.
Eu bebo o mel da fonética
Sentindo o seu cheiro prosaico
Misturando versos e adjetivos
Acalorando e amadurecendo cada desejo
Equilíbrio na lucidez do prosador
Que sintetiza a sua dialética.

Publicado na Antologia "Versos achados numa noite perdida" da CBJE
Edição: Maikon Douglas
Foto: Divulgação
Paulo Vasconcellos
Enviado por Paulo Vasconcellos em 02/05/2019
Código do texto: T6637326
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