Vulnerável

Ninguém nenhum precisa

Ninguém algum,

Penso.

Mas basta

A memória enevoada

A obliteração cadenciada do fígado

A ardência febril nos olhos cansados

Um leque de pretensões mal disfarçadas

O gosto de cabo de guarda-chuva na boca

Imiscuindo através das luzes de faróis altos

Para a ausência de precisão ser relativizada.

Todo cão sarnento de rua quer se sentir benquisto

Bonito, imprescindível e especial

Às vezes.

26/04/2019

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 26/04/2019
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