Meu País...

Assim é o meu país, de tudo e de quase nada

Vaga-lumes que campeiam nas sendas da madrugada

Esperam o raiar do dia, que é pra expor os desejos

Fugir do veneno dos homens, da saga dos sertanejos

Seus filhos vagam sem lume no musgo escarpo das serras

Se protegendo nas fendas, dos defensivos da terra.

Assim é o meu país, de histórias de violeiro

De longas estradas rodadas nas solas de caminheiros

Caronas do vento vadio que sopra em qualquer direção

Não montam em lombo de carro nem boléia de caminhão

E botam os pés no caminho, de sol, de chuva ou geada

Destinos incertos caboclos, que mais parecem boiadas.

Assim é o meu país, que esconde a sede da fome

É preto de tanta tristeza e do medo que lhe consome;

Um cacique louco e doente queimado da febre do ouro

Que traz a dor de presente e leva o sangue e o couro

E os curumins, espantalhos, em busca da tal liberdade

Escravizados e cegos se abrigam no breu da cidade.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 02/04/2019
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