A planta²

Por alguns dias estivesse em minhas mãos,

Me pertenceste sem que fosse meu,

Da mesma forma te pertenci,

Mas na realidade só tu me tinhas.

O insaciável desejo de te ter ao meu lado,

A angústia em querer ouvir tua voz,

Ou sentir o toque dos teus lábios,

No entanto, foste e eu fiquei.

Um pedaço meu levado por tu

Começa a ameaçar minha saúde,

Uma dor no lado esquerdo do peito,

E eu nu de tudo o que vivemos.

O embargo na minha voz tua,

O vento a me acariciar e eu sentindo teu perfume,

Tu fora do meu corpo e eu vazio de mim mesmo,

Respirando através da planta que és.

O inverno meu está passando,

Protegida em minhas mãos,

Mantenho a planta viva, brilhante e bela

É o mais próximo que o meu corpo pode se aproximar do teu agora.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 09/02/2019
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