Ontem eu era teu
Quando nossos corpos se uniram,
Tudo o que cabia em mim foi teu,
Os beijos, o toque de minhas mãos,
Meu vício era ouvir tua voz.
De tanto te ouvir,
Prendi-me ao eco do teu silêncio,
O brilho dos teus olhos a decifrarem quem sou,
Minhas vontades tão tuas que foram nossas
E nós ainda presos, não sabemos o que somos.
Eu sem mim e sem ti,
Tu sem o que restou de nós
E nós perdidos nos desejos que devoravam o que ainda somos,
Mas nada se ausentou de nós, apesar da distância.
Eu do outro lado da rua, ouço tua voz,
Tu nem gritas meu nome,
Mas é apenas o eco do teu pensar que ne ativa o ouvir.
Nós saberemos de nossas ações, ainda que não sejamos.
Ainda há espaços para esperar,
E enquanto houver o nós atados,
Estarei por aqui.